ORIGEM

ORIGEM
Alguém me contou, há algum tempo atrás sobre a origem de Vampiros e talvez lobos homens. Ele trabalhava na casa de uma família européia de tradições seculares, onde uma biblioteca guardava não somente papéis, mas espécies do que ele chamou de manuscritos e livros pesados com fechaduras. Eram armazenados em câmaras sem umidade, quase sem luz para não deteriorar o material. Pouquíssimas vezes ele viu essa biblioteca aberta ou ser frequentada. Quando, porém, houve um momento de tensão na casa, ele não soube ao certo dizer, todos entraram em pânico, temendo um extermínio deles. Sim, haveria assassinatos dos membros da casa e de amigos. Foi quando essa pessoa ajudou o que seria uma historiadora deles a decifrar e estudar o acervo da biblioteca. E como ele disse toda sua vida se transformou.
Descobriram que há milênios havia uma grande civilização que habitava terras no oceano atlântico, a qual afundou nos mares em decorrência de um cataclisma ou um terremoto.
Descobriram durante os estudos que há milênios havia uma grande civilização habitante em terras no oceano atlântico, a qual afundou nos mares em decorrência de uma cataclisma ou um terremoto. Dentre os textos havia autores reconhecidos, citou até Platão como um deles. Outras provas eram imagens de fotos de artefatos retirado de cavernas da superfície e de cavernas submersas. Quanto mais se aprofundava no assunto mais estarrecido essa pessoa ficava. A mulher nem tanto já sabia sobre tudo, apenas procurava uma maneira de derrotar os inimigos.
Por volta de 30 a 31 mil anos atrás aquela humanidade atingia o ápice em tecnologia e domínio na genética e no conhecimento molecular dos organismos. Foi um grupo de cientistas que desenvolveu mutações e hibridização da espécie humana com outros animais. Criaram espécies e destruíram outras. Foi quando manipularam o código genético. Alguns textos eram relatos de sobreviventes e seus descendentes e outros reproduziam a história daquela época. Referiam-se a uma civilização sem moral
Em uma das experiências, manipularam o código genético humano, criando um super humano dotado de poderes físicos e psíquicos, os Vampiros. Assim, surgiu o primeiro vampiro, fruto de experiências de laboratório com um grave inconveniente, precisava de sangue humano para se alimentar. O vampiro original se rebelou, formou um exercito e começou a atacar os humanos da época. O Governador exigiu o extermínio de todos e autorizou contaminar as pessoas com um vírus que causava anemia profunda, mas não matava. Logo, o sangue começou a faltar e os vampiros não se adaptaram a outro alimento. Em poucos meses muitos estavam enfraquecidos, eram capturados, presos e deixados para morrer por inanição. O número reduziu bastante, talvez uns 1000 vampiros conseguiram se esconder e se adaptaram com sangue de animais, mas viviam isolados e longe dos centros urbanos, pois ainda eram caçados, tal situação durou 4 a 5 séculos. A terra onde se originaram, também produziu outras monstruosidades, a sereia, lobisomens. Era uma terra moralmente decadente, cheia de corrupção, disputa por poder e autodestrutiva. Não foram os vampiros que os destruíram nem os outros monstros, espalharam doenças para conter suas criaturas de laboratório até que culminou em uma arma causando um desastre, provocando um terremoto artificial, onde as placas tectônicas do lugar se reviraram e causou a imersão da terra em poucas semanas.
Quanto aos vampiros a maioria pereceu quando veio o grande cataclisma e os que sobreviveram se espalharam pelo mundo.
Essa terra foi chamada pelos historiadores de Atlântida.

Depoimento I

Existe uma caçada silenciosa nos bastidores da vida comum dos humanos. Talvez ninguém imagine quem seja a caça porque também seria uma metáfora dizer que a mente das pessoas é um caça valiosa. Mas, ironicamente, ninguém se importa. Eu sei disso porque vejo zumbis todos os dias vagarem pelo sistema, enquanto suas mentes se deterioram tornando-se escravas de um sistema. Todas as provas estão diante de seus narizes, as pessoas negam tudo para não aceitarem o fantástico e inexplicável como reais e, contraditoriamente, elas vivem no irreal. Repito e reafirmo porque minha realidade atual é indescritível e precisaria muito de uma liberdade de pensamento avançada para alguém entender o que eu faço. No começo quase pirei. No entanto, quantas vezes vi pessoas se defrontarem com o inexplicável e virarem as costas como se aquilo nunca tivesse existido, indo tranquilamente viver suas vidas, sem nenhuma modificação. Para agente que vive com isso diariamente, em alguns momentos nem sabemos quem são os loucos, se somos nós ou as pessoas. Por isso, é difícil saber o que é real nesse mundo.
Tenho medo de dormir e sonhar, pois isso pode me distanciar da realidade. Porém, meu problema maior não é me preocupar com minha sanidade mental, creio que isso são traumas advindos de uma mente condicionada a um sistema de realidades e possibilidades quadráticas, onde tudo é previsível e o além da imaginação impossível. Os psiquiatras da Fundação nos alertam durante o treinamento para algumas disfunções orgânicas, como insônia, ansiedade, taquicardia, desenvolvimento de síndrome do pânico, violência, depressão... Ah! São muitas coisas que até me esqueci. Como ia dizendo, meu problema maior é tentar ficar viva até o final de uma caçada. E aí vem o meu segredo: sou uma caçadora!
É uma espécie bem rara e a complicação maior é explicar o que eu caço. Eu precisaria que as pessoas tivessem a mente aberta para outras possibilidades, mas o que vejo é uma escravidão. Então, eu chego a um ponto em que não sei definir quem é a caça, se é a mente ou o que eu caço. A minha rotina é um roteiro detalhado de como enganar a pessoas para que não descubram o que nós fazemos. Aliás, nessa unidade há 5 caçadores. Sempre é assim de 5 a 7 pessoas por unidade, dependendo da importância da caça. E além de caçar, temos que limpar as nossas pegadas.
É tudo confuso na minha cabeça e na minha vida, quanto mais tentar explicar as coisas, mais confusas elas vão parecer.
(continua...)